quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ROSEANA E A EDUCAÇÃO


Segundo dados do Ipea, em 2002, quando Roseana deixou o governo, o Maranhão apresentava a seguinte situação:

*Para alcançar a média nacional de acesso ao Ensino Superior, o estado levaria 50 anos;
*Menos de 3% da população maranhense tinha acesso ao Ensino Superior (No Brasil, o percentual era de 9%);
*Para atingir a média nacional de acesso ao Ensino Fundamental, o Maranhão levaria 17 anos;

Ausência de educação favorece manipulação

Esses dados mostram que, quanto menor o nível de escolaridade, mais vulnerável fica o eleitor, podendo facilmente ser manipulado no seu direito à escolha livre do voto. As populações mais sujeitas às distorções de informações e manipulação de opiniões são as que possuem menor escolaridade. Com 40 anos de domínio Sarney no Maranhão, sob a liderança de um ex-presidente da República, intelectual da Academia Brasileira de Letras (ABL), o contingente de analfabetos e semi-analfabetos não pode ser obra do acaso. O retrato da baixa taxa de escolaridade aliada ao voto Sarney ganha contornos mais evidentes com a presença forte do maior sistema de comunicação do Estado, de propriedade da família Sarney.

Tempo de atraso

Os sete anos do governo Roseana Sarney ajudaram a construir um dos estados mais pobres e com o menor nível de escolaridade do país. Em 1999, após quatro anos de administração de Roseana, o estado tinha 66,1% dos seus habitantes classificados como pobres ou indigentes. E, segundo disse Roseana, em revista de circulação nacional, "esse quadro é fruto de uma história que não muda de uma hora para outra".
Dados do Ipea revelam que em 2000, 28,8% da população maranhense com mais de 15 anos era analfabeta. Percentual que representava a terceira maior taxa do país, ficando atrás apenas de Alagoas e Piauí. Se
continuasse na mesma velocidade de crescimento, o Maranhão precisaria de 17 anos para se equiparar à taxa brasileira.
Possuía também, a menor taxa de escolaridade média do país, apenas 3,6%, enquanto o percentual do Brasil era de 5,7%. Nesse mesmo período, o estado possuía 59,2% de sua população com apenas um ano de escolaridade. E cerca de 40% das crianças com 10 anos permaneciam analfabetas. Em Santa Catarina, apenas 2% das crianças nessa mesma faixa etária não eram alfabetizadas.
Ao sair do governo, em 2002, Roseana Sarney deixou uma taxa de analfabetismo de 23,8%. Em 2004, a taxa diminuiu para 21,82%. Se depender do nível de escolaridade da maioria dos maranhenses, o senador José Sarney, dono da cadeira 38 da ABL, dificilmente, será considerado um best seller em sua terra natal. "As letras no Maranhão dão título de nobreza e brasões de prestar", disse Sarney em seu discurso de posse na ABL. Mas para a maioria dos maranhenses, os únicos "Maribondos de Fogo" são os insetos noturnos das casas de palhas.
Outros indicadores mostram que, enquanto no Brasil 19% dos alunos tinham acesso a laboratórios, no Maranhão esse índice baixa para 3%. Apenas 25% dos estudantes estavam matriculados em escolas com bibliotecas.
Outra deficiência da educação do governo Roseana diz respeito à qualificação de professores, fundamental para o aprendizado dos alunos. Em 2002, a taxa de qualificação docente era menor que a média do Nordeste e do Brasil e apenas 13% dos docentes da rede estadual tinham nível superior. No Brasil essa taxa sobe para 55%. A valorização do professor também foi esquecida. Durante os 7 anos de administração da atual senadora, a categoria recebeu apenas 53,6% de aumento. Nos 4 anos do atual governo, o reajuste foi de 65,3%.

Telensino, Um crime contra a educação

O governo de Roseana foi responsável, também, pela maior distorção idade série. Em 1999, a defasagem era de 70%. Em 2001, após a implantação do teleensino em 2000, essa defasagem chegava a 74%. O projeto "Viva Educação", que chegou com a promessa de reverter os índices educacionais negativos, só aumentou o fosso na educação
pública.
Mais de 120 mil jovens passaram pelo telensino. O projeto achatava em apenas 15 meses todo os três níveis do ensino médio, feito regularmente em três anos. E sem contar que um único professor ensinava oito disciplinas: matemática, português, química, física, biologia, história, geografia e inglês.
O programa custou aos cofres do estado mais de R$ 140 milhões. Somente o convênio celebrado entre governo e MEC (Ministério da Educação) foi de R$ 12,8 milhões. Deste valor, mais de R$ 9, 5 milhões não foram comprovados ao MEC. Dos 116 municípios conveniados para recebimento dos kits do telensino, em apenas seis cidades a meta foi cumprida.
"Eles nos substituíram por televisões. Eu sou professora e me senti muito prejudicada. Além do mais, a qualidade do ensino era péssima. Ninguém aprendeu nada nesse período", declarou a professora Raimunda Costa Carvalho.
Quem também aponta as falhas do telensino é a professora Fátima Sá. "Aquilo (o telensino) foi um grande engano. Uma falta de respeito tanto com os alunos quanto com os professores. Eles menosprezaram a nossa importância na formação dos futuros cidadãos", comenta.
A secretária Maria Helena Ribeiro Alves fez o telensino e se arrepende. "Pensei que isso era uma boa para mim, que estava atrasada nos estudos, mas saí do 2º grau sem saber nada. Tive que fazer um supletivo depois".

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